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O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou, nesta segunda-feira (19), a saída da sua missão humanitária da Nicarágua – decisão que atribuiu a um pedido das autoridades do país.
“A pedido das autoridades nicaraguenses, o CICV fechou o seu escritório em Manágua, encerrando assim a sua missão humanitária no país”, afirmou a organização não-governamental em um comunicado.
A CNN entrou em contato com o setor de imprensa do Ministério do Interior da Nicarágua para comentar o anúncio da Cruz Vermelha, mas não obteve resposta.
Segundo o CICV, o governo da Nicarágua concedeu autorização para a operação no país em 2018 e, desde então, seu trabalho se concentrou em três áreas:
O CICV afirmou que a sua delegação regional no México e na América Central está disposta a dialogar para retomar a sua missão na Nicarágua.
A saída da Cruz Vermelha do território nicaraguense ocorre no final de um ano em que o governo de Daniel Ortega expulsou do país mais de 200 dos seus cidadãos – entre políticos, empresários, ativistas e jornalistas.
O governo Ortega declarou que os membros desse grupo são traidores do país, e retirou a personalidade jurídica de dezenas de organizações civis, entre outras ações contra aqueles considerados opositores ao regime.
Em maio passado, a Assembleia Nacional da Nicarágua aprovou a revogação do Decreto 357, pelo qual foi criada a Cruz Vermelha em 1958, e ao mesmo tempo promulgou uma lei que deu vida a um sucessor legal daquela organização, mas vinculado ao Ministério da Saúde.
De acordo com a justificativa exposta neste decreto, a Cruz Vermelha violou as suas regras porque não agiu de forma neutra e imparcial durante os protestos contra o governo em 2018.
Com a lei, o Estado confiscou todos os bens da Cruz Vermelha, que passaram para a administração da nova entidade descentralizada dependente do Ministério da Saúde da Nicarágua.
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